O Wi-Fi está em constante evolução, acompanhando o aumento do número de dispositivos conectados e a necessidade de conexões mais rápidas e estáveis. Nos últimos anos, duas gerações ganharam destaque: o Wi-Fi 6 (lançado em 2019) e o Wi-Fi 7 (previsto para popularizar-se entre 2024 e 2025). Ambos prometem revolucionar a forma como navegamos na internet, mas será que o usuário comum realmente sente diferença entre eles? Vamos explorar isso em detalhes.
O que é o Wi-Fi 6?
O Wi-Fi 6, tecnicamente conhecido como 802.11ax, foi projetado para oferecer mais velocidade, menor latência e melhor desempenho em ambientes congestionados. Ele é uma grande evolução em relação ao Wi-Fi 5 (802.11ac), principalmente no que diz respeito à eficiência da rede.
Principais características:
- Velocidade máxima teórica: até 9,6 Gbps (embora na prática chegue a cerca de 1 Gbps em uso comum);
- OFDMA (Orthogonal Frequency Division Multiple Access): melhora a capacidade da rede ao dividir os canais em subcanais;
- MU-MIMO aprimorado: permite comunicação com vários dispositivos ao mesmo tempo;
- Menor latência: ideal para chamadas de vídeo e jogos online;
- Consumo de energia reduzido: útil para dispositivos móveis e IoT;
- Segurança: introdução do protocolo WPA3.
Em um cenário real, como uma casa com quatro pessoas usando internet ao mesmo tempo em TVs, celulares e notebooks, o Wi-Fi 6 proporciona conexões mais estáveis e rápidas, mesmo quando todos estão online simultaneamente.
E o Wi-Fi 7?
Conhecido como 802.11be, o Wi-Fi 7 é considerado a próxima grande evolução da conectividade sem fio. Seu foco é entregar velocidades ultrarrápidas, latência mínima e estabilidade máxima, mesmo em redes altamente congestionadas e com demanda elevada de dados, como jogos em nuvem, vídeos em 8K e realidade virtual.
Novidades do Wi-Fi 7:
- Velocidade teórica de até 46 Gbps (mais de 4x o Wi-Fi 6);
- Canais de 320 MHz (dobro dos 160 MHz do Wi-Fi 6);
- Multi-Link Operation (MLO): permite usar múltiplas bandas ao mesmo tempo (2,4 GHz, 5 GHz e 6 GHz), aumentando estabilidade e velocidade;
- QAM 4096: maior eficiência na transmissão de dados;
- Latência extremamente baixa: essencial para aplicações em tempo real.
Um exemplo prático do Wi-Fi 7 seria um apartamento com dezenas de dispositivos conectados (TVs 8K, óculos de realidade aumentada, smart home, notebooks e celulares), todos transmitindo e recebendo dados simultaneamente sem engasgos ou perda de sinal.

Diferenças na prática: o que o usuário comum sente?
Navegação e streaming:
Para quem usa a internet para redes sociais, YouTube, Netflix ou chamadas de vídeo, o Wi-Fi 6 já entrega uma experiência muito boa. O Wi-Fi 7 pode melhorar ainda mais, mas a diferença será sutil se o uso for básico.
Jogos online:
Jogadores hardcore podem se beneficiar do Wi-Fi 7 devido à sua latência ultra-baixa e maior estabilidade. Jogos na nuvem como o GeForce Now, xCloud ou PlayStation Plus exigem conexões robustas.
Trabalhos em nuvem e upload de arquivos:
Profissionais que trabalham com arquivos pesados, como vídeos e imagens, também percebem benefícios claros com o Wi-Fi 7, especialmente em upload/download simultâneo entre múltiplos dispositivos.
Compatibilidade com dispositivos
Nem todos os aparelhos são compatíveis com as novas gerações de Wi-Fi. Isso é crucial na hora de considerar um upgrade:
- Wi-Fi 6: compatível com aparelhos lançados a partir de 2020. Exemplos incluem iPhone 11+, Samsung Galaxy S10+, notebooks modernos, smart TVs recentes.
- Wi-Fi 7: em 2024, apenas alguns modelos premium já suportam a tecnologia, como o Galaxy S24 Ultra, Xiaomi 14 e alguns modelos da linha Intel Evo com chips de última geração.
Ou seja, ter um roteador Wi-Fi 7 sem ter dispositivos compatíveis não traz ganhos reais.
Preços no Brasil (valores de 2024)
- Roteadores Wi-Fi 5 (básicos): R$ 150 a R$ 250;
- Roteadores Wi-Fi 6 (intermediários): R$ 350 a R$ 800;
- Roteadores Wi-Fi 6E (avançados): R$ 1.000 a R$ 1.800;
- Roteadores Wi-Fi 7 (premium): R$ 1.800 a R$ 3.500, dependendo da marca e funcionalidades (TP-Link Archer BE800, por exemplo).
Mesmo os modelos Wi-Fi 6E, uma ponte entre o 6 e o 7, já entregam desempenho excelente para casas conectadas.
Quando vale a pena investir no Wi-Fi 7?
Indicado para:
- Ambientes com mais de 20 dispositivos conectados;
- Streaming em 4K ou 8K com estabilidade garantida;
- Jogos em nuvem ou realidade virtual;
- Profissionais que dependem de conexões rápidas e estáveis para upload/download pesados.
Ainda não é necessário se:
- Você usa a internet para navegação comum, vídeos em Full HD e redes sociais;
- Seus dispositivos ainda são Wi-Fi 5 ou 6;
- Seu roteador atual atende às necessidades sem travamentos.
Conclusão
O Wi-Fi 6 já é uma excelente solução para a grande maioria das residências, oferecendo velocidade, estabilidade e eficiência energética. Já o Wi-Fi 7 chega para preparar o terreno para um futuro ainda mais conectado, onde dezenas de dispositivos trocam dados em tempo real sem perder performance.
Se você está montando uma casa inteligente ou quer o que há de mais moderno, investir em um roteador Wi-Fi 7 pode ser interessante. No entanto, para a maioria dos usuários comuns, o Wi-Fi 6 continua sendo a melhor relação custo-benefício.
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